Ildo Meneghetti foi filiado ao PSD e por dois mandatos, uma vez por indicação e outra eleito pela população, Prefeito de Porto Alegre. Foi também por duas vezes Governador do Rio Grande do Sul, eleito e reeleito. Apoiou o golpe de 1964. Como muitos políticos do PSD, acabou se filiando à Arena, partido dos que davam suporte ao governo golpista. Foi Presidente do S.C. Internacional e é o Patrono Perpétuo do nosso Clube.
Na década de 80, o então Governador do Estado, escolhido pela população depois de anos sem eleições livres e diretas em nosso Estado, Jair Soares, do PDS (ex Arena e hoje PP), foi Conselheiro do Clube. Apareceu nas páginas da revista Placar usando a camisa Colorada.
Olívio Dutra foi Governador do Estado no início dos anos 2000 e durante um bom tempo Conselheiro do Inter.
Valdomiro Vaz Franco, o único imprescindível, foi eleito Vereador em Porto Alegre e Deputado Estadual no RS, por conta de sua popularidade alcançada envergando a 7 do Clube do Povo.
No Conselho do Inter, em 2014, uma das figuras que frequentava as reuniões era Nereu D’Ávila, vereador da cidade pelo PDT. Foi eleito pelo Movimento Inter Grande (MIG). Tive ainda a oportunidade de participar de reuniões onde o Deputado Veira da Cunha, do Convergência Colorada, se fazia presente, geralmente quando a matéria era de muito interesse da gestão, que tinha o seu movimento como integrante.
Também o Vereador Márcio Bins Ely (PDT), do MIG, se fez presente em reuniões do Conselho. Mauro Pinheiro, que presidiu a Câmara de Vereadores (PT e REDE), participou como Conselheiro e integrava o grupo Gigante Colorado. Há muitos outros que postulam cargos eletivos, no Clube ou através da Política Partidária: Jesse james Selistre é candidato à suplência do Senado na chapa da Carmén Flores (apoia Bolsonaro); Wanbert Di Lorenzi é Vereador e chegou a se aproximar do Clube do Povo, no intento de se eleger Conselheiro (ao ser avisado de como era o funcionamento para ter espaço na nominata, nunca mais apareceu nos encontros do Movimento); também o candidato a vereador em 2016 em Gravataí, Luis Paluga. Todos os três do Movimento Gigante Colorado. Há aqueles que trabalham na assessoria de políticos, como o Vinícius Boff, que assessorou o Deputado Mano Changes, que inclusive, recentemente começou a frequentar as reuniões do Conselho do Clube e é candidato à Câmara dos Deputados nessa eleição. Fabiane Dutra e Ivandro Monbach trabalham no gabinete da Manuela Dávila. Certo que há outros casos que me passam neste momento.
Os exemplos seguem: Ibsen Pinheiro, Deputado, Vereador, homem de partido (MDB), chegou à Presidência do Conselho; Luis Fernando Zachia foi Vice-Presidente de Futebol e se lançou à política partidária a partir desse posto; Jarbas Lima, Deputado Estadual pelo PDS, foi Presidente do Inter; Maristela Maffei, Alexandre Chaves Barcellos, Beto Albuquerque… a lista é muito grande.
Tudo isso para dizer que aqueles/as torcedores/as Colorada(o)s que agora, nesse momento de decisões tão importantes para o nosso país, apregoam que futebol e política não se misturam, o fazem por pura ideologia. Mais ainda quando são conselheiros/as do clube ou aspirantes ao cargo, pois aí se combinam, e por vezes se confundem (propositalmente), ideologias institucionais e clubísticas. A política partidária sempre se aproximou do futebol por motivos óbvios e este sempre se utilizou das políticas partidárias para alcançar seus objetivos. Estão aí os estádios e o Profute que não me deixam mentir. Quando Torcidas Organizadas e Frentes Antifascistas se manifestam contra um candidato representante do fascismo brasileiro estão exercendo não somente seu direito à manifestação política como também lutando pela própria sobrevivência, visto o PROJETO DE LEI de autoria de Major Olimpo, candidato ao Senado e apoiador de Bolsonaro. Isso sem falar nos inúmeros ataques aos negros e negras, pobres, homossexuais, mulheres e a incitação à violência policial, que sempre cai em cima da população mais vulnerável economicamente. O/A torcedor/a que se coloca contra as notas de Torcida e das Frentes tem lado, tem ideologia e faz política, como toda(o)s nós fazemos. Nossa crítica nesse momento é ao tipo de política que é feita e o lado, o do obscurantismo e do ódio.
Abaixo o trecho do Projeto de Lei que prevê a extinção das Torcidas organizadas no Brasil.
FRENTE INTER ANTIFASCISTA