Por "Pão e paz", mulheres deram início à Revolução Russa

8 de Março: origem, história, lutas e programação em Joinville e região

Março, anterior a páscoa, mês histórico de luta das mulheres trabalhadoras em todo o mundo. Neste se comemora esta data tão importante: o Dia Internacional das Mulheres, no dia 8, ou como ficou conhecido aqui no Brasil, o 8M.

Resgate Histórico do Dia

O registro inicial se dá por volta de 1910. No meio da II Conferência Internacional das Mulheres em Copenhague, na Dinamarca, Clara Zetkin, feminista marxista alemã fez uma proposta. Ela disse para as proletárias de todo o planeta organizarem um dia só para elas, com o objetivo de conquistar o direito ao voto feminino. Pauta que também inflamava as de outros países, como Estados Unidos e Reino Unido.

No ano seguinte, no dia 25 deste mesmo mês, ocorreu uma tragédia numa fábrica têxtil nos Estados Unidos, a Triangle Shirtwaist Company, quando 146 colaboradores morreram, sendo 125 colaboradoras e a maioria judeus/judias, que trouxe à tona as más condições enfrentadas por estas e estes na Revolução Industrial. Em 1913, também já faziam atos nos EUA, pelo voto e boas condições de trabalho.

Durante a revolução industrial o tempo de trabalho era quase insuportável, chegando a ter jornadas de 16 horas, incluindo trabalho aos domingos.

Pontapé da Revolução Russa de 1917

Manifestação do 8M aborda violência contra a mulher
8M de 2019, em Joinville, SC

Neste as operárias, saíram as ruas para protestar contra a fome e a 1 Guerra Mundial. O protesto aconteceu em 23 de fevereiro pelo antigo calendário russo – 8 de março no calendário gregoriano, que os soviéticos adotariam em 1918.

Data foi oficializada em 1975

O dia só foi oficializado em 1975, ano que a ONU (Organização das Nações Unidas) intitulou de Ano Internacional da Mulher para lembrar suas conquistas políticas e sociais.

Esvaziamento do Real Significado e Mercantilização

Hoje em dia, percebe-se lamentavelmente a perda do que significa este período, preenchido pela sua transformação em simples mercadoria e agrados como flores. Todo ano o sistema capitalista, avança para destruir esta luta contínua e histórica delas, para transformá-la em um raso nicho comercial, fazendo as lojas e os riquíssimos shoppings lucrarem ainda mais.

Em países como a própria Rússia, hoje em dia, os homens compram flores para suas companheiras, amigas, parentes, etc., pulverizando uma batalha pela igualdade real de gêneros. Na China muitas empresas, fazem suas empregadas trabalharem apenas meio período, o que não significa nada ou muito pouco para a verdadeira luta.

Noutros como nos Estados Unidos e Brasil, sempre acontecem manifestações com temas como: melhores condições de trabalho; o nível elevado de violência e a legalização do aborto, este ano também terá o tema do alto custo de vida proporcionado pelo governo atual daqui.

É preciso voltar as origens e ver que a data não são apenas presentes, claro podem ser dados, mas sim a sua essência que é o fortalecimento da batalha feminina e da quebra do patriarcado, como exemplo: apenas presenteá-las, mas com os homens as apoiando, construindo uma verdadeira igualdade.

Conquistas e Necessidades

Em pleno 2020, foram conquistadas algumas melhorias como:

– uma inserção maior no mercado de trabalho, sendo que muitas famílias são chefiadas e sustentadas pelas mesmas;

– alcance de cargos de poder que eram colocados apenas aos homens até um passado recente;

– uma melhoria salarial, porém, eles ainda ganham mais, mesmo exercendo as mesmas funções e cargos, um ponto perpetrado pelo patriarcado;

– conquista de trabalhos pelas mulheres negras, ainda assim, sofrem mais do que as brancas, pois ganham ainda menos que estas, e sofrem o preconceito pela cor da sua pele.

Outro ponto é a dupla jornada de trabalho dentro e fora de casa, pois o machismo ainda impera.

Não se pode esquecer este tema importante dentro desta jornada: é a população LGBTQI+, que sofre de forma enorme e terrível o preconceito e violência de gênero.

PROGRAMAÇÃO DO 8M EM JOINVILLE E REGIÃO

DE 05 A 08

1º Encontro Nacional das Mulheres Guarani

I Nhemboaty Kunhangue Yvyrupa

Um encontro entre gerações femininas do povo guarani, que busca fortalecer a sabedoria milenar da mulher guarani na atuação comunitária, política e na luta por direitos.

Nós, mulheres indígenas, somos as guardiãs da vida, da cura, das sementes, da língua, da cultura, somos as guardiãs do espírito Mbya.
E por sermos as guardiãs, fomos e somos quem carrega toda a resistência da vida.

Hoje estamos aqui para fazer o chamado para que parem, olhem, escutem e respeitem as guardiãs da vida. Queremos que cada um ocupe seu lugar de direito, que os xondaro sejam xondaro, que as crianças vivam sendo crianças. Que nossos anciões façam seus papéis sem sofrerem opressões.

Que possamos ver nossas terras demarcadas. Queremos respeito. Queremos viver a vida do nosso jeito, na aldeia, na política, na luta. Queremos uma vida livre de violências e lutaremos por ela.

NO DIA 7

Joinville: Espetáculo Mulheres.
07 de março no Teatro Juarez Machado.

SINOPSE:
Mulheres – é um espetáculo teatral de criação coletiva, que trata da biografia de mulheres importantes que influenciaram a história e mulheres anônimas ou quase anônimas, cujas histórias de vida são exemplos de transformação social. Mulheres é uma colcha de retalhos, tecida de fragmentos de biografias diversas. Mulheres é uma coleção de vozes que podem inspirar outras mulheres a descobrirem a sua própria Voz
Quando: 07/03 às
20 h
Onde: Teatro Juarez Machado
Quanto: R$ 20,00 (+ taxa administrativa) e meia entrada R$ 10,00 (+ taxa administrativa) pelo site
www.enjoyticket.com.br; e Loja Arcobaleno (R. Gen. Câmara, 483/Bom Retiro);
*OU
1 h antes do espetáculo na bilheteria do Teatro, mediante disponibilidade*
Indicação: para maiores de 16 anos
Informações:
facebook.com/ciadeteatrodauniville; teatro.univille@gmail.com, Instagram: teatrouniville

NO DIA 8 DE MARÇO

Joinville- Domingo, das 9 h às 11h30, comunidade Jardim das Oliveiras, Araquari, haverá uma roda de conversa e o grupo feminista de maracatu Baque Mulher também fará uma oficina.

JoinvilleDas 15 h às 18 h, Praça Tiradentes

Teremos uma roda de conversa sobre gênero e relações de poder, varal literário, carta à comunidade, oficina de estampa de camisetas (estêncil) e confecção de faixas e cartazes. O que for confeccionado nesta data será utilizado no ato do dia 9.

NO DIA 9 DE MARÇO

Joinville – segunda-feira, às 16h30, em frente ao SESC na Beira Rio: Ato em defesa de vida digna para todas as mulheres. Venha conosco lembrar de todas aquelas que já se foram e construir a luta para que nenhuma mais se vá pelas mãos do machismo, racismo, LGBTQI+fobia, do capitalismo e do Estado.