Reitoria da UERJ responde estudantes que lutam contra a fome com repressão violenta

Por Repórter Popular – RJ

No dia 25/07/2024 a reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) apresentou o Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024, uma medida institucional que fora tomada em uma “canetada” durante as férias e que altera os critérios de recebimento das Bolsas Apoio à Vulnerabilidade Social (BAVS) e demais bolsas de permanência como transporte, alimentação e creche. Um dos principais pontos dessa nova AEDA é que para receber os auxílios, os estudantes, que antes deveriam comprovar renda de 1 salário mínimo e meio per capita, agora devem apresentar somente meio salário. Assim, a “AEDA da fome”, como os movimentos estudantil e sindical têm nomeado, afeta o recebimento das bolsas de quase 6000 estudantes, gerando insegurança alimentar, risco de perda de moradias, incapacidade de pagamento de contas; no limite gerando a expulsão desses estudantes.

Diante do ataque os estudantes rapidamente se organizaram e no dia 26 de julho iniciaram uma ocupação exigindo a revogação da AEDA da fome. Realizando, de lá para cá, dezenas de atos e marcando presença nas mais diversas instâncias deliberativas da universidade. Encontraram ao longo do tempo o descaso e a crescente repressão ao movimento capitaneadas pela reitora Gulnar (PT) e seu vice Bruno Deusdará (Psol), que tinham a expectativa de que o movimento se encerrasse por esgotamento. Isso não ocorreu, já que nos 56 dias de ocupação, os atos e as demais mobilizações foram ganhando cada vez mais força.

Gulnar e Deusdará se mantiveram intransigentes frente às reivindicações estudantis. Gulnar, em entrevistas, relata que foram feitas séries de reuniões para entrar em um acordo com os estudantes; todavia, em nenhum momento a reitoria dialogou diretamente com o comando de greve geral instaurado pelo conjunto de estudantes organizados como instância de representação estudantil, desrespeitando e deslegitimando assim a luta que se dava na UERJ. Gulnar e Deusdará responderam a todas tentativas de acordo por parte dos estudantes com truculência e violência, mandando os seguranças da universidade e equipes terceirizadas de segurança para açoitar o movimento, bem como acionaram a justiça burguesa para aplicar multas de R$ 10.000 aos estudantes e solicitar que as forças repressivas do estado do Rio de Janeiro expulsassem os estudantes de sua própria universidade.

No dia 20 de setembro, ela contou com o aval e apoio do governador Claudio Castro (PL) e do coronel André Batista, do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar, para encerrar a ocupação que luta contra a fome com blindados, helicóptero, bombas, gás e força de choque altamente equipada.

O que se viu ao longo do dia foi uma violenta remoção, que dá continuidade às cenas de agressões, socos, arrastões, enforcamentos, pontapés contra estudantes, provando a real faceta a qual serve a polícia. Apesar de prenderem 3 estudantes que lutavam por seus direitos de permanência, o contingente do Choque tinha capacidade de levar todos os estudantes presos, tamanha força de repressão mobilizada.

Resistência Popular Estudantil

A RPE marcou presença em todo o processo de luta contra a AEDA da fome, defendendo o avanço e radicalização da luta em cada assembleia e estando na linha de frente de cada confronto; e no dia 20 de setembro não poderia ter sido diferente. Os militantes da Resistência Popular Estudantil enfrentaram o aparato repressivo pela defesa do poder popular e por um plano de permanência estudantil que garanta vida digna aos estudantes. Um vídeo postado pela organização no Instagram acompanhou ao vivo os acontecimentos do dia.

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