“O morro é de quem mora, não de quem explora”, comunidade organiza abraço a pedreira

Contrariando o projeto de privatização da pedreira do Morro Santana e a entrega do ambiente natural para empreendedores privados, moradores e apoiadores foram às ruas protestar. Em abraço simbólico a comunidade mostrou que “o morro é de quem mora, não de quem explora”, e quem mora quer a preservação, cultura, saúde e saneamento.

Foto em destaque: Matheus Rosa
Por Repórter Popular – RS

Na tarde do último domingo (24), em Porto Alegre, foi realizado um abraço simbólico à pedreira do Morro Santana, em protesto ao projeto de privatização da região e pela preservação da área. Iniciando na frente da biblioteca do Visão Periférica, concentrou moradores da comunidade do morro, movimentos sociais que atuam na região, além de apoiadores. O grupo caminhou em marcha pela região até o centro da pedreira.

A manifestação foi organizada por diversos coletivos e associações que atuam no Morro Santana que buscam a preservação da região e melhores condições para a comunidade que sofre com, por exemplo, constante falta de água e problemas de saneamento. Esses grupos unidos lançaram ainda uma nota no último dia 7 de outubro explicando e rechaçando o projeto de privatização do vereador do Cidadania, Jessé Sangali.

++ Movimento comunitário repudia privatização da pedreira do Morro Santana  ++

O vereador falou no programa Pampa Debates, defendendo a “exploração econômica e racional do Morro Santana” e “oferecer para o empreendedor” a possibilidade de projetos turísticos na área da pedreira como “Skyglass”, “tirolesa”, e até mesmo “restaurante panorâmico”. De acordo com o vereador, o Morro Santana “hoje se encontra infelizmente abandonado”.

Durante a manifestação circulou um abaixo assinado contra esse projeto, que ainda segue circulando. Também foram feitas faixas exigindo “Moradia digna” e “Saneamento”, além uma placa que será colocada na entrada da trilha da pedreira e uma grande faixa dizendo: “O morro é de quem mora, não de quem explora!”

Contrariando o suposto abandono da região, como dito pelo vereador, é comum que moradores organizem trilhas no Morro Santana, que tradicionalmente se encerram com um pôr do sol na pedreira. Além disso, diariamente o local costuma ser utilizado para fins religiosos e espirituais. Entretanto, a comunidade ressalta o abandono do poder público sobre a região que segue negligenciando os problemas de saneamento e falta de água.

++ 51 dias de falta de água no Morro Santana. ++

Com medo de possíveis remoções na região e da destruição de uma grande área de preservação, a comunidade promete seguir mobilizada para barrar qualquer possibilidade de privatização da pedreira do Morro Santana.

Veja alguns registros:

Fotos: Leonardo Jaques

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