Alerta! Ameaça de despejo da Vila Resistência em Santa Maria

Desde outubro de 2016 aproximadamente quarenta famílias de trabalhadores e trabalhadoras sem-teto da cidade de Santa Maria ocupam uma área municipal exigindo direito a moradia e uma vida digna. Ali moram mulheres, homens, gestantes, bebês, crianças em idade escolar, idosos e pessoas com necessidades especiais, em um terreno público há mais de 20 anos sem função social, que pelo abandono era parcelado e negociado por grileiros da região.

As famílias da ocupação são afetadas por um processo de negação de direitos que vem de décadas, todas elas também passaram por um processo de despejo ocorrido no mês de outubro no Bairro Parque Pinheiro, onde mais de 650 famílias ocupavam uma área que caiu nas garras da especulação imobiliária. O gigantesco acampamento foi despejado pela “justiça” a mando dos proprietários, de forma truculenta, em uma mega operação da Brigada Militar, deixando o povo sem respostas e em situação de extremo descaso.

Sem ter lugar para ir e sem condições mínimas de pagar um aluguel, uma semana depois, as famílias que ainda estavam perambulando e dormindo pelas ruas do bairro Parque Pinheiro decidiram que não havia mais nada a esperar da tal justiça e da prefeitura. Assim, se organizaram com independência de classe e pela ação direta ocuparam uma nova área, que se chama Vila Resistência.

Nesta semana moradores da Vila Resistência foram comunicados pelo oficial de justiça da ordem de despejo com prazo de 15 dias para desocupação. Essa não é a primeira vez que o movimento recebe ameaças judiciais cobradas pela prefeitura de Jorge Pozzobon. A Vila Resistência tem sido, através de sua militância, um elemento ativo no movimento popular da cidade. É lugar de assembleias populares, de encontros de formação, redes de apoio estudantes-trabalhadores, participação das mulheres, entre tantas outras atividades.

A assembleia das famílias do sábado dia 28 de abril decidiu não se entregar e por em ação nos próximos dias um plano de lutas para conquista comunitária do terreno. Mas como se trata se um movimento social com independência de políticos e patrões, chama a solidariedade dos sindicatos, oposições sindicais, movimento estudantil, lutadores e lutadoras da frente dos oprimidos, porque a Vila Resistência vai à luta!

Acompanhe o caso e saiba como ajudar: https://www.facebook.com/pg/VilaResistencia1/posts/?ref=page_internal