Na tarde desta terça-feira (17), manifestantes se reuniram na frente do Fórum de Niterói, no Rio de Janeiro, para pressionar pela soltura de Jefferson, cuja audiência do caso acontecia ao mesmo tempo, dentro do Fórum.
Jefferson foi preso injustamente, acusado por um crime que não cometeu com base em fotos nas redes sociais, que são utilizadas pela polícia para identificação de “suspeitos”, sendo praticamente todos negros. Assim como ele, outros 3 jovens viveram ou estão vivendo situação parecida nos últimos meses. É o caso de Danillo, Carlos Henrique e Nathan, todos presos por crimes que não cometeram, em Niterói e São Gonçalo.
Danillo foi solto em setembro, também durante uma manifestação popular que acontecia do lado de fora do Fórum. A partir disso, familiares e amigos dos jovens, e apoiadores da causa, começaram a organizar manifestações durante as audiências. No mês seguinte, Carlos Henrique teve a audiência adiada em São Gonçalo, e a prisão mantida, mesmo sem provas.
Apesar de Jefferson ter sido inocentado hoje, ainda há outra acusação contra o rapaz, também por reconhecimento a partir de fotos da internet, sem provas. A segunda acusação, inclusive, diz respeito a um delito cometido enquanto Jefferson já estava preso pela primeira acusação injusta.
Além da forte pressão popular que ocorria do lado de fora, com a manifestação na Amaral Peixoto, a vítima do crime pelo qual Jefferson era acusado não o reconheceu como autor. A audiência terminou por volta das 15 horas, declarando o rapaz inocente de uma das acusações.
Continuidade da luta
A próxima audiência está marcada para o dia 3 de dezembro, e é a continuidade do caso do Carlos Henrique, adiado após o Estado não comunicar com antecedência à vítima do crime que a audiência ocorreria. Deve haver nova manifestação neste dia.
Nathan, até este momento, ainda aguarda uma data para a audiência.
Além desses casos, Niterói ainda vive uma situação alarmante na Viradouro, comunidade localizada no bairro de Santa Rosa. Uma ocupação policial foi iniciada na localidade, e diversos moradores e moradoras reclamam de violações de direitos, como invasão de casas, praticadas pelos policiais. Há um ato marcado para o dia 20 no local.