Resistência Popular Estudantil – Rio de Janeiro
O governo Bolsonaro dá continuidade ao projeto de destruição da ciência e da educação brasileiras. Vimos voltar à discussão do parlamento a tentativa de cobrança de mensalidade nas universidades públicas, com a PEC 206. Com o recuo da PEC, que ainda não foi derrubada por completo e teve seu texto aprovado, o governo seguiu com outro ataque cortando 3,1 bilhões da educação e 2,9 bilhões da ciência. Com uma fracassada tentativa de culpabilizar o funcionalismo público dando como motivo para o corte o cumprimento do aumento de 5% para os servidores federais, um aumento abaixo da inflação. Tentam nos dividir ao passo que mascaram o real problema: a EC95 que congelou os gastos com serviços públicos durante 20 anos em prol do pagamento da fraudulenta divida pública.
Já iniciamos o ano com um duro ataque a educação, pois o orçamento aprovado para 2022 é 2 bilhões de reais menor do que o orçamento de 2019, o último ano que as universidades funcionaram totalmente presencial. Logo este corte se soma à um cenário já muito preocupante, onde as reitorias já haviam indicado no inicio do ano que teriam dificuldade em manter as atividades básicas até o final do ano. Isto é reflexo da EC95, chamada quando ainda era um Proposta de Emenda Constitucional de PEC do Fim do Mundo.
O projeto neoliberal que se intensificou com os cortes de 2015, dando inicio a era do ajuste fiscal, tem no atual governo um grande aliado, mas não podemos esquecer que outros personagens são defensores de tal projeto. Temer e Alckmin são alguns destes defensores, sendo o primeiro o responsável pelo projeto ponte para o futuro que aprovou a EC95 e outras reformas neoliberais, e o segundo, ladrão de merendas, se comprometido com o objetivo da classe dominante brasileira de implementar nas universidades públicas a cobrança de mensalidade, o que não faz muito tempo[1]. Identificar nossos inimigos nos ajuda a perceber que o problema está para além de tirar um governo e colocar outro, visto que o projeto que quer destruir nosso direito de sonhar com uma graduação, ao passo que nos joga na fome, no desemprego e na mira do fuzil que nos busca dentro de casa, seguirá em curso independente do gestor do Estado, essa máquina de moer pobre, preto e favelado.
Precisamos construir uma alternativa para não sermos reféns da traição. Esta alternativa para nós estudantes está na organização do movimento estudantil de maneira horizontal e baseada na política feita por nossas próprias mãos. É preciso construir os espaços organizativos de nossas universidades e avançar na resistência a investida neoliberal, mas também na construção de uma universidade pública, que elimine de dentro de nossos espaços as iniciativas que só visam gerar lucro e implementar a lógicas das empresas. É preciso tomar as universidades que nos são roubadas pela iniciativa privada, e tornar publico os bens que foram construídos com nossos dinheiro. Não permitiremos a mercantilização de nossas vidas e estaremos nas ruas no dia 09/06!
Por uma universidade que fortaleça o povo!
Contra os cortes na educação, derrubar a EC95!
1 – https://oglobo.globo.com/politica/alckmin-planeja-acabar-com-gratuidade-na-universidade-publica-para-alunos-mais-ricos-22944901