Neste sábado, dia 11, dezenas de entregadores aderiram à paralisação nacional da categoria e brecaram a saída de pedidos em pelo menos 2 shoppings da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Entre as pautas dos manifestantes está o aumento da remuneração e o fim dos bloqueios indevidos.
A mobilização começou por volta das 10 da manhã, quando entregadores se concentraram no Shopping Metropolitano, na Barra, para bloquear a saída de pedidos dos restaurantes. Um grupo partiu para o Via Parque, outro shopping da região, e também bloqueou a saída de pedidos lá. Os manifestantes buscavam dialogar com entregadores que não sabiam da greve e chegavam para buscar pedidos, e alguns deles chegaram a se juntar à paralisação.
Ao longo da tarde, já com a coleta de pedidos completamente interrompida, o breque ocupou a praça na frente do Shopping Metropolitano com uma atividade de greve que contou com música e churrasco, e acabou atraindo ainda mais entregadores que passavam pela região. Os restaurantes da região constavam no aplicativo como fechados e a entrega de pedidos foi suspensa pela greve.
Atualmente, por entrega, recebe-se aproximadamente entre 5 e 8 reais. Com os gastos do trabalho, que não são ressarcidos pelos aplicativos, que no caso dos motociclistas são referentes, principalmente, ao combustível, e no caso dos ciclistas à manutenção da bicicleta, esse valor acaba sendo muito baixo. Entrando nessa equação o risco que se corre no trabalho, tanto em relação à Covid-19 quando a acidentes que podem ser fatais, o valor pago pelos aplicativos é desumano.
Outro ponto levantado pelos entregadores grevistas é o dos bloqueios indevidos. Os aplicativos utilizam uma política de bloqueio que, muitas vezes, sequer justifica ao entregador o motivo dele ser bloqueado, e não oferece chance de recorrer da decisão. É comum os entregadores perderem horas ou dias de trabalho por serem bloqueados sem razão ou por erro de terceiros, como demora do restaurante ou problemas na localização no GPS.
Não será de uma hora para outra, mas a mobilização dos entregadores coloca pressão sobre os aplicativos, que veem, no dia da greve, seus lucros caírem. A luta por melhores condições de trabalho e por uma remuneração digna para os entregadores de aplicativo seguirá, e teve hoje mais um episódio fundamental para o avanço das pautas e da organização da categoria.