O legado de Adão e Airton, os militantes do MST assassinados em Nova Santa Rita (RS)

Na noite da última quinta-feira, dia 30 de abril, dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram executados no Assentamento Santa Rita de Cássia II, no município de Nova Santa Rita, Rio Grande do Sul. Adão do Prado, 59 anos, e Airton Luis Rodrigues da Silva, 56, estavam na casa de Adão quando homens armados chegaram de carro, assassinando a tiros os homens na presença de familiares. Não há ainda informações sobre a autoria e a motivação dos assassinatos.

Seu Adão e Seu Airton, como eram conhecidos, militavam pelo MST desde 2000, participando ativamente de marchas e ocupações, e também na produção e comercialização de produtos agroecológicos, frutos da resistência campesina.

Comprometidos com a luta por Reforma Agrária, estavam presentes na conquista da terra no Assentamento Santa Rita de Cássia II, em 2005. E ali fincaram suas raízes, construindo famílias, amizades e vínculos de solidariedade entre si e amor à terra. Suas trajetórias foram marcadas por afeto e luta, sendo exemplos de vida e deixando sementes para um novo mundo, sem cercas nem porteiras, um mundo mais justo, livre de opressão e injustiça.

Seu Adão deixa dez filhos e seis netos, Seu Airton deixa dois filhos, a esposa e o enteado. Ambos deixarão muitas saudades e boas memórias para seus familiares, amigos e companheiros de luta. O Repórter Popular se solidariza com as famílias e com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que atravessam um momento muito difícil, não podendo nem velar seus mortos devido à pandemia do novo coronavírus.

Seu Adão, PRESENTE! Seu Airton, PRESENTE! Agora e sempre!
A cada companheiro/a tombado/a, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta!