Amazonas vive caos na saúde e pessoas morrem sem oxigênio

O estado do Amazonas viu os casos de Coronavírus aumentarem muito e até oxigênio faltou nos hospitais. No final de 2020, por pressão de donos de estabelecimentos comerciais, o governador Wilson Lima oficializou a reabertura do comércio não essencial.

Nesta quinta-feira (14), o Brasil inteiro viu as assustadoras notícias da situação da saúde no Amazonas e, principalmente, na capital, Manaus. A explosão de casos veio duas semanas após donos de comércios não essenciais protestarem pela reabertura e o governador Wilson Lima (PSC) publicar um decreto que permitia, inclusive, a abertura de shoppings.

Falta de oxigênio

As notícias mais graves são as que contam que faltou oxigênio nos hospitais e pessoas morreram já nas primeiras horas do dia. Profissionais que atuam no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) relataram que a falta de oxigênio na unidade, que se agravou entre a madrugada e o início da manhã, resultou na morte de seis pacientes.

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra o desespero da população:

Pacientes de uma ala inteira morreram sem ar

Estão relatando efusivamente que o oxigênio acabou em instituições como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e serviços de pronto atendimento, como o SPA José de Jesus Lins de Albuquerque. Há informações de que uma ala inteira de pacientes morreu sem ar, disse o pesquisador da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, em entrevista à Folha de S.Paulo. Orellana é graduado em enfermagem, mestre em Saúde Pública e doutor em Epidemiologia.

Já no domingo (10), no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, a aposentada Solange Batista, de 61 anos, afirmou que precisaria comprar cilindros de oxigênio por conta própria para que sua irmã, internada em estado grave, pudesse continuar viva.

O que acontece no Amazonas?

Até esta quarta-feira (13), mais de 219 mil foram infectados, e mais de 5,8 mil morreram com Covid em todo o estado.

O Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Alvorada, na Zona Centro-Oeste de Manaus, fechou as portas após atingir a capacidade de atendimento, na manhã desta quinta-feira (14).

Segundo funcionários do SPA do Coroado, a unidade fechou as portas por volta de 11h. Pacientes que buscavam atendimento e transferidos de outras unidade foram impedidos de entrar e ficaram sem atendimento médico.

O SPA da Redenção também fechou as portas.

Governo do estado, Bolsonaro e Ministério da Saúde mentem sobre remédios para Covid-19

Em notícias publicadas nessa semana, médicos da rede pública de saúde do Amazonas relataram que sofrem pressões e ameaças para receitarem um “kit de medicamentos” sem eficácia contra o vírus. Entre os remédios, estão a Ivermectina (usado para vermes em animais) e Cloroquina, que já teve sua ineficácia comprovada. Como noticiou o Painel, da Folha de S.Paulo, o Ministério da Saúde enviou um ofício à Prefeitura de Manaus para difundir o que tem sido chamado de “tratamento precoce” (uma forma errada de chamar, pois não se trata de tratamento pois não cura os sintomas da doença).