Servidores públicos de Volta Redonda (RJ) arrancam vitória e garantem reajuste salarial

Do Repórter Popular – Rio de Janeiro

No final do mês de janeiro do ano corrente, o conjunto dos funcionários públicos de Volta Redonda foi surpreendido com o contracheque sem reajuste em seus salários base, seguindo com o valor de R$ 1.100,00, e não com o valor atualizado pela inflação de R$ 1.212,00.

O que pareceu ter sido um erro de gestão, confirmou-se como mais um ataque ao conjunto dos servidores públicos por parte do governo Neto, que, se valendo da súmula vinculante nº 16 do Supremo Tribunal Federal (STF), não realizou o reajuste nos salários.

Por este entendimento do STF, o salário do servidor deve ser calculado como o conjunto de seus proventos em folha, e não apenas o salário base. Assim, se o somatório do salário base com a gratificação social passar o valor do salário mínimo, nenhum reajuste é obrigatório ao poder público.

Diante desse ataque o conjunto dos servidores se enfureceu, obrigando o sindicato do funcionalismo iniciar uma série de assembleias, em uma das quais, realizada no dia 16/02/2022, houve aprovação de greve pela ampla maioria dos presentes.

Assembleia da categoria

O movimento paredista se iniciou dia 21/02/2022, com diversas atividades, manifestações, debates, panfletagens e outras formas de comunicar à população de Volta Redonda a razão da greve e as exigências do movimento, centralmente o reajuste salarial de 10,18%, ou seja, um reajuste para recompor a inflação apenas.

Ao longo dos dias de greve centenas de trabalhadores cruzaram os braços para forçar uma negociação e um recuo por parte do governo Neto. Após duas semanas de greve a prefeitura apresentou – no dia 07/03/2022 – uma proposta de acordo à base: reajuste salarial de 10,18% garantido a partir do mês de junho/2022.

O acordo foi aceito pela maioria da base presente e impôs uma dura derrota à prefeitura e ao governo Neto, uma gestão tida como dura e que não cede.

Assim como no ano passado, quando os trabalhadores da educação arrancaram seu direito a abono salarial com verba do FUNDEB, mais uma vez fica evidenciado que não há força que supere a dos trabalhadores e trabalhadoras. Mesmo sendo uma vitória parcial, demonstra que somente a luta garante condições de vida ao povo.