Quadrinhos: Por que os alimentos ficaram tão caros?

O Repórter Popular explica em quadrinhos por que o preço dos alimentos subiu tanto. Ilustrações de Fernando Rocha Aguiar, da Arte Contra o Sistema.

Legendas:

Por que os alimentos ficaram tão caros?

As compras básicas do mercado estão mais caras. O saco de 5 quilos de arroz já passou de R$ 30 em boa parte do país. O óleo e o leite também subiram. Enquanto o Agro comemora recordes de produção, como é possível que a comida esteja tão cara? É isso que vamos explicar a seguir:

Subida do dólar, real fraco

Boa parte dos produtores rurais compra produtos e materiais importados, em dólar. Com a desvalorização do real, ficaram mais caros produtos como adubo, fertilizantes, agrotóxicos e máquinas. Além disso, parte dos alimentos que consumimos também são importados, como o trigo, e os preços acabaram subindo nos últimos meses.

Dólar acima de tudo, lucro acima de todos

Os grandes capitalistas donos de terras só querem saber de lucro. Com a alta do dólar, é mais vantajoso vender para países estrangeiros, do que alimentar os brasileiros mais pobres. Assim, os ruralistas aumentam a produção para vender pra fora e ficarem ainda mais ricos.

Pequenas ofertas, grandes preços

Com menos alimentos disponíveis para os brasileiros, os produtores aumentam os preços, e os supermercados repassam o aumento. Contribui para isso o desmonte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública que serve para manter estoques de alimentos, e assim controlar o aumento de preço, além de proteger os pequenos agricultores.

Ataques à agricultura familiar

70% dos alimentos que chegam na mesa dos brasileiros vêm da agricultura familiar. Mas os pequenos produtores têm sofrido com a destruição de políticas públicas. O feijão, por exemplo, ficou mais caro porque a produção diminuiu por falta de incentivos. Enquanto isso, os latifundiários recebem bilhões em financiamento para vender para fora, e ficarem mais ricos.

Aumento do custo de vida

Quem paga a conta é o povo mais pobre. Meses atrás já teve o aumento do gás, da energia, e é cada vez mais difícil pagar as contas do mês. O desemprego alto e a redução do valor do auxílio emergencial têm um impacto muito grande, enquanto ainda convivemos com os riscos da covid. Enquanto muitos brasileiros sofrem, o agronegócio ganha milhões em dólar.

Como podemos reagir?

Só a luta popular pode fazer frente a essa situação! É importante apoiar os pequenos agricultores, além de combater o latifúndio e o agronegócio, que avança sobre áreas de preservação, terras indígenas e quilombolas, usa veneno e só serve para enriquecer quem já é rico! Devemos apoiar os sem-terra pela reforma agrária, para termos alimentos de qualidade, com preços mais baixos e justiça social.

Semear rebeldia para colher vida digna!