Protesto pede testes para a covid, fim do genocídio negro e fora Bolsonaro

Na tarde da última sexta (12), cerca de 100 manifestantes marcharam os 5,1 quilômetros que levam do Centro Integrado de Cultura (CIC), na Agronômica, ao pé do Morro do Mocotó no Centro da cidade. O que chamou mais atenção no ato foram as gigantescas faixas que ocupavam mais de uma pista das vias: a maior delas, de 25 metros, já utilizada em um ato na Palhoça, precisava de cerca de 20 pessoas para ser carregada e dizia “Não ao genocídio! Testes já! Nossas vidas importam!”. O ato também reivindicava o fim do genocídio ao povo negro e a saída do presidente Bolsonaro e de seu vice Hamilton Mourão.

A divulgação da manifestação foi assinada pela Ocupação Marielle Franco, Ocupação Nova Esperança, comunidade do Morro do Mocotó, Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), Coletivo Pintelute, Marcha Mundial de Mulheres (MMM), Movimento Negro Unificado (MNU), Unegro, Sintufsc, Sindprevs e a Tenda Lula Livre.

Ao contrário da manifestação do último domingo (07), a marcha causou impacto no trânsito da cidade por ter sido realizada na sexta-feira, no meio da tarde, em vias importantes da cidade. Se, por um lado, muitas buzinas e reclamações indicaram a impaciência de parte dos motoristas, a caminhada também foi saudada e aplaudida por muitos moradores nas calçadas e sacadas de prédios. Com o clima de urgência política e ânimos exaltados pelos impactos da pandemia e ameaças autoritárias do governo Bolsonaro, a única coisa que as manifestações dificilmente irão encontrar neste momento é a indiferença.

Além do diálogo com a população e a demonstração da força popular por trás das reivindicações, a marcha tinha como objetivo a divulgação de algumas cartas com reivindicações e posicionamentos populares, que seriam entregues em diferentes órgãos públicos da cidade. Uma delas foi produzida pelo Sintufsc, sindicato representante dos servidores técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina, direcionada à direção do Hospital Universitário (HU), relatando a precarização do trabalho em meio à pandemia e denunciando a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), atual gestora do HU, por atacar o princípio da universalização do direito à saúde em prol da lucratividade.

Foto: Coletivo Pintelute.

Com o aumento da rejeição a Bolsonaro e a inspiração vinda do levante popular negro nos EUA, o calendário de manifestações populares na cidade retornou com força. Além dos atos do dia 07 e 12, neste sábado (13), aconteceria uma nova manifestação no Centro da cidade, com concentração às 14h, mas que acabou sendo adiada. Convocada pela União Florianópolita de Estudantes Secundaristas (UFES), o Diretório Central de Estudantes da UFSC e também pelo sindicato dos municipários, o Sintrasem, o ato pautaria o Fora Bolsonaro e Mourão, a luta antifascista e o enfrentamento ao genocídio do povo negro. Atos similares estão marcados para este fim de semana em diversas outras cidades do país.

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