Foto: Richard Silva/PC do B na Câmara

Indígenas do Levante pela Terra são atacados pela polícia em Brasília

Texto do Repórter Popular e
foto de capa: Richard Silva/PC do B na Câmara

Hoje à tarde, a Polícia Militar de Brasília reprimiu violentamente os indígenas da mobilização Levante pela Terra, que protestavam próximo à Câmara dos Deputados durante a votação do PL490 (para entender melhor sobre como este projeto de lei, junto com outras manobras jurídicas, ataca frontalmente os direitos e a existência dos povos originários, clique aqui). O PL490 representa mais episódio na guerra do Estado brasileiro aos povos indígenas, e se for aprovado, pode acabar com a demarcação de Terras Indígenas no Brasil, possibilitando a abertura dos territórios para a ação de madeireiros, garimpeiros, o agronegócio, e todo tipo de explorações predatórias. A mobilização Levante pela Terra, que já dura semanas, já foi alvo, na semana passada, de repressão em frente ao prédio da Funai, cujo atual presidente é cúmplice dos inimigos dos povos originários no Brasil.

Confira abaixo um vídeo (da autoria de Dinamam Tuxá) da repressão da PM de Brasília aos indígenas que protestavam pacificamente em frente à Câmara dos Deputados:

Em torno das 13h de hoje, a PM atacou os manifestantes, dentre eles crianças e pessoas idosas, com balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. O uso de gás lacrimogênio foi tão intenso que acabou se voltando contra o opressor: a votação teve que ser cancelada, pois a fumaça começou a entrar no plenário da Câmara.

Confira, a seguir, o registro (autoria de Merong Kamakã) de uma liderança indígena Kaingang de idade tendo que ser socorrida após ter sido atingida pela PM:

O Estado colonial brasileiro perpetra um projeto de genocídio das populações indígenas há séculos. O Levante pela Terra atualmente reúne aproximadamente mil indígenas, dentre eles centenas de lideranças, de mais de quarenta povos acampados em Brasília. Este é um episódio importante na luta de resistência pela vida, pela terra, pelo território e pelo bem viver. É preciso, a todo custo, barrar o PL490 e a tese do Marco Temporal. A luta dos povos originários, que não começou ontem e nem vai acabar amanhã, continua!