Da Semente ao Prato – Campanha de Luta por Vida Digna

Coletivos de agroecologia e luta pela terra de Santa Maria (RS) lançam o projeto Da Semente ao Prato. O projeto, que é parte da articulação da Campanha de Luta por Vida Digna na região, prevê um processo de socialização da terra, através da disponibilização de parte do território do Assentamento C. Marighella para que as comunidades e grupos que compõem a campanha possam aprender e praticar a agroecologia, para ter acesso a uma alimentação saudável, com autonomia alimentar. Além disso, está prevista uma formação em agroecologia combinada com a criação de um banco compartilhado de sementes crioulas pelos coletivos.

O crescimento do fascismo vem fortalecendo os conflitos na sociedade, dando sequência ao projeto colonialista, ganhando espaço nas instituições públicas e trazendo perspectivas ainda mais assombrosas para o povo trabalhador e oprimido. Os grandes centros urbanos vivenciam cada vez mais os abismos das desigualdade e da miséria nas periferias. No campo o agronegócio vem ganhando força e implementando ainda mais um projeto de destruição dos povos e da natureza.

A pandemia fez agravar ainda mais a desigualdade social e racial a que a população é submetida. O aumento do custo de vida, da violência, da miséria, os cortes de direitos, a criminalização da pobreza e a precarização da vida e do trabalho são desafios que já vínhamos enfrentando, mas que se intensificam devido às políticas genocidas que esse Governo e Estado ultraliberal vem adotando frente à pandemia. Estamos sendo atacados por todos os lados e precisamos nos fortalecer para enfrentar e resistir a esse contexto.

Por isso, nós do Guandu Grupo Agroecológico e o coletivo Articulação LIbertária estamos convidando as companheiras e companheiros de luta dos grupos e comunidades que compõem a Campanha de Luta por Vida Digna, a participar de um processo de socialização da terra, de acesso à alimentação saudável e aos conhecimentos populares e técnico-científicos em agroecologia.

Partindo da ideia e sugestão dos companheiros do Mutirão – Grupo de Trabalhadores e Trabalhadoras da Terra, de elaborar um movimento de resgate das sementes crioulas e articulação entre povos do campo e da cidade e de fortalecimento das hortas e cozinha comunitárias, elaboramos essa proposta coletiva. A proposta é abrir nosso território aqui no Assentamento C. Marighella em Santa Maria (RS) para que os indivíduos, famílias e comunidades periféricas da cidade possam ter acesso à terra, a fim de produzir de forma coletiva alimentos saudáveis e poderem se apropriar dos processos e de toda a cadeia produtiva de alimentos, desde a semente até chegar ao prato.

Acreditamos que a Agroecologia é um princípio básico para a sobrevivência e permanência dos povos do campo em seus territórios e principalmente, para combater a fome. Agroecologia é garantir a soberania alimentar e autonomia dos povos do campo e da cidade, preservando e cuidando da natureza.

COMO FUNCIONARÁ

PARTICIPAÇÃO – Cada comunidade e grupo destinará um ou no máximo duas pessoas para participar do processo. Propomos que os grupos deem preferência a pessoas com vulnerabilidade social, LGBTQ+ e mulheres.

ORGANIZAÇÃO – Criaremos um grupo no WhatsApp ou outra plataforma acessível a todas e todos, para organizarmos os encontros e compartilhamento de materiais formativos.

MUTIRÃO – Faremos dois ou mais encontros presenciais por mês (respeitando as medidas de segurança contra a Covid-19) com práticas de trabalho e estudos em agroecologia.

ENCONTROS ONLINE – Teremos alguns encontros online para debates e estudos sobre os temas centrais do projeto.

CADERNO DE ESTUDO – Criaremos de forma coletiva entre todas e todos os participantes um caderno de anotações individuais durante as oficinas, estudos e trabalho na terra.

ALIMENTAÇÃO – Disponibilizaremos alimentação durante as atividades.

TROCA – As e os participantes terão acesso livre aos alimentos produzidos, receberão sementes crioulas para levarem a suas comunidades e conhecimentos de manejo e cuidado com a terra.

ATIVIDADES

– Encontro de apresentação da proposta, reconhecimento entre os participantes e customização do caderno de anotações.

– Mutirão e trabalho coletivo na terra – preparo do solo, plantio, manutenção, colheita.

– Estudo e debates online sobre agroecologia e luta pela terra.

As atividades serão organizadas de forma coletiva, podendo acontecer mais de uma vez a mesma atividade. A duração do projeto é de no mínimo 7 meses.

MATERIAIS NECESSÁRIOS

– Máscara de proteção facial contra a Covid-19;
– Botas, galochas, algum tênis ou sapatos fechado;
– Chapéu, boné ou algo pra proteger do sol;
– Roupas confortáveis e leves.

SÓ O POVO AJUDA O POVO!
NOSSA FORÇA MOVE O MUNDO, LUTAMOS POR VIDA DIGNA!