Com tudo mais caro, duas em cada três famílias estão endividadas

O encarecimento de itens básicos como alimentos, energia e combustíveis, além do desemprego e a crise que veio com a pandemia da covid-19, fizeram crescer o número de famílias com dívidas. Segundo a Confederação Nacional do Comércio, 66,5% das famílias brasileiras estão endividadas, praticamente duas em cada três. A mais prejudicada é a população mais pobre, que teve a condição piorada depois do fim do auxílio emergencial.

De acordo com a pesquisa, o tipo de dívida mais comum é o cartão de crédito, que atinge 80,5% das famílias endividadas, seguido por carnês (16,8%) e financiamento de carro (9,9%).

Cerca de 25% das famílias têm contas em atraso, de acordo com a pesquisa. E 10,9% das famílias não têm condições de pagar as contas.

Entre as famílias endividadas, 21,7% têm mais da metade da renda comprometida com o pagamento das dívidas. Na média, a quitação das dívidas acontece em 63 dias, segundo a CNC.

Custo de vida aumenta

E tudo indica que o custo de vida deve ficar ainda mais alto esse ano. Nesse começo de ano já tivemos aumento no preço dos combustíveis e do botijão de gás, e a cesta básica mais cara em janeiro.

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O valor do salário mínimo atual, de R$ 1.100,00, está longe de resolver a situação, já que a alta dos itens básicos afeta as famílias mais pobres. Segundo o Dieese, entidade ligada ao movimento sindical, o salário mínimo justo para sustentar uma família deveria ser de R$ 5.495,52, cinco vezes maior que o mínimo hoje.

Movimentos populares vêm defendendo a volta do auxílio emergencial de R$ 600, que no ano passado ajudou a fazer as famílias suportarem o pior momento da pandemia, que voltou a crescer nos últimos meses.