Após nomeação de interventor, reitoria da UFPB é ocupada

Em meio ao toma lá da cá institucional da extrema-direita, que não respeita sequer a manutenção da ordem e da legalidade nos marcos da democracia burguesa, o governo Bolsonaro passa mais uma vez por cima da autonomia universitária. Ontem (05/11), nas eleições para a reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o candidato menos votado ao pleito eleitoral ao cargo da administração superior da instituição, foi nomeado por Bolsonaro via Diário Oficial da União. A nomeação do interventor gerou revolta na comunidade universitária, que culminou com a ocupação, na tarde de ontem, do prédio da reitoria no Campus I da UFPB, na capital João Pessoa, para resistir ao ataque autoritário.

A prática de nomear interventores tem se tornado uma rotina do governo Bolsonaro em relação às universidades federais, o que mostra mais uma vez seu caráter extremamente autoritário e antidemocrático. Valdiney Gouveia, candidato da turma ideológica de Bolsonaro, se empossado irá assinar o atestado de interventor autoritário junto a todos aqueles e aquelas que se disponibilizarem para compor uma gestão ilegítima e golpista.

O candidato, que não atingiu 5% dos votos da comunidade acadêmica na consulta eleitoral e que não teve nenhum voto pelo colegiado que reunia todos os representantes dos conselhos superiores, só entrou na lista tríplice via judicialização. Foi nomeado pelo presidente, ferindo mais uma vez a autonomia universitária e a tradição democrática nas eleições para reitoria, e passando por cima da comunidade acadêmica que elegeu a Chapa 2, das professoras Teresinha e Mônica, ao reitorado da instituição.

Ontem, às 16 horas, ocorreu um ato pela autonomia universitária e contra a intervenção na UFPB, no Campus I, João Pessoa, em frente ao prédio da reitoria. Após este ato, decidiu-se por ocupar a reitoria para lutar contra mais este ataque às universidades.