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400 mil motivos para lutar

Do Repórter Popular – Porto Alegre

O Brasil chegou à triste marca de 400 mil mortos por Covid-19. Os últimos 100 mil óbitos foram registrados em apenas 36 dias; até os primeiros 100 mil, foram 149 dias. Abril foi o mês mais letal e teve mais de 2 mil vítimas diárias: foram mais de 76 mil em 29 dias. Março, o mês anterior mais letal da pandemia, teve 66.868 mortes em 31 dias. Outro dado é o aumento de mortes de pessoas entre 30 e 49 anos.

Sistemas de saúde seguem em alerta

Os sistemas de saúde nos estados, que em grande parte viviam o auge do colapso ao longo de março, passam por uma leve folga no momento. As taxas de ocupação de leitos tiveram redução nas últimas semanas. No entanto, com a lentidão do ritmo de vacinação no país e a volta de medidas de flexibilização, o alerta continua. Outro fator preocupante é a volta às aulas, que é defendida por vários governadores e donos de escolas particulares, e que pode fazer os casos de Coronavírus sobrecarregarem novamente os hospitais.

Diariamente no país são registradas aglomerações no transporte público das grandes cidades, já que muitas empresas estão demandando que seus funcionários voltem às atividades presenciais. Além das empresas privadas, órgãos de administração de prefeituras, como prédios de secretarias, e também do sistema judiciário, iniciam movimentos de retomada de expediente presencial, o que deve fazer aumentar a circulação do vírus. Continuam ocorrendo festas clandestinas e encontros em estabelecimentos proibidos, como bingos, sem qualquer medida sanitária de prevenção à Covid.

Bolsonaro continua apoiando o vírus

O presidente Jair Bolsonaro realizou uma live e ignorou os 400 mil mortos. Ele preferiu criticar as medidas de isolamento e atacar brasileiros e brasileiras que precisam do auxílio emergencial. “As políticas de isolamento causaram desemprego no país, sobretudo os informais, aqueles que não tinham carteira, mas sobreviviam. Eles perderam quase tudo. Teve uma massa que sobrevive de favor ou de auxílios”, disse ele.

Benefício insuficiente

A primeira parcela do auxílio-emergencial de 2021 foi paga em abril e, agora, restam apenas três parcelas. O benefício é de R$ 250 por família, com valores diferenciados para aquelas comandadas por mulheres que criam filhos sozinhas. Pessoas sozinhas vão receber R$ 150.

Falta de vacinas preocupa

Em fevereiro, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que os estados deveriam aplicar todas as doses de vacina que tivessem disponíveis, garantindo que os lotes para segunda dose seriam entregues a tempo. Nas últimas semanas, já com Marcelo Queiroga no comando da Saúde, o governo pediu para que os governos segurassem vacinas para segunda dose pois não sabiam quando teriam novas doses. Este foi mais um dos tantos episódios medidas de Jair Bolsonaro, seu Governo Federal e governos de estados que atrasaram a vacinação e fazem a população seguir morrendo em grande escala.